Dados apresentados no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis) relativos a 2020 apontam que 50% dos brasileiros não têm acesso a redes de esgoto, número que tende a diminuir com os avanços do Marco regulatório do Saneamento Básico (Lei Federal 14.026, de 15 de julho de 2020) – que prevê universalizar o serviço de saneamento básico para 99% dos brasileiros até 2033.

A deficiência em serviços no setor (que abrange abastecimento de água, tratamento de esgoto, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, drenagem e gestão de águas pluviais urbanas) comprovam que o segmento necessita de investimentos e para consolidar o novo marco serão necessários aportes na casa dos R$ 700 bilhões nos próximos 10 a 15 anos é o traz o estudo da ABCON SINDCON (Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto).

Mercado aquecido

Visando atender à grande demanda do setor, empresas privadas prestadoras de serviços em saneamento básico partem em busca de oferecer soluções mais completas em serviços. E os impactos dessa evolução trazem pontos importantes para a economia do país, e esse processo já começou; quando considerados os leilões mais recentes (Casal, Sanesul, Cariacica e Cedae), as operadoras privadas atendem direta ou indiretamente 15% da população. A expectativa é que elas deverão atingir ao menos 40% até 2030. 

No ano de 2021 o setor de saneamento básico recebeu R$ 43 bilhões em recursos para a melhoria dos serviços, a maior parte é resultado de quatro leilões de concessão de serviços que totalizaram R$37,5 bilhões em investimentos previstos. Esse montante possibilita atender mais de 3 milhões de pessoas com tratamento de água e esgoto nos estados do Rio de Janeiro, Alagoas e Amapá.

O Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) aponta ainda que o valor de investimentos realizados ainda está longe do ideal para atender toda a cadeia do setor, seria necessário investir cerca de R$ 70 bilhões por ano, nos próximos dez anos para garantir o cumprimento das metas estabelecidas no plano.

Com o mercado em alta, a B&B Engenharia uniu-se à EfficoPar em um processo de M&A em 2020, assessorado pela Valore Brasil, consultoria especializada em operações de fusões e aquisições. A transação garantiu um aumento superior a 80% no faturamento do último ano, além de promover serviços por toda cadeia de saneamento e fortalecer a atuação da companhia nos estados de Pernambuco e São Paulo.

Realidade abastecimento de água

O último levantamento do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), aponta que as redes públicas de abastecimento de água atendem a mais de 93,4% dos brasileiros que vivem em cidades e que há 1.354 prestadores de serviços de abastecimento de água, dessas 735 são empresas públicas – Formada por uma ou várias entidades com capital exclusivamente público. Já outras 464 são empresas privadas e 30 são formadas por Organização Social.

Realidade tratamento esgoto

Para o tratamento de esgoto os números são um pouco diferentes, Cerca de 80,0% da água captada em ambientes naturais, tratada e distribuída por redes públicas para consumo humano se transforma em esgoto após usos domésticos. No estudo ainda é possível observar que do total de 4.744 municípios (85,2% do 5.570 do país), apenas 59,2% da amostra contam com sistemas públicos de esgotamento sanitário. Nos outros, 40,8% são utilizadas soluções alternativas individuais como fossa séptica, fossa rudimentar, vala a céu aberto e lançamento em cursos d’água. Dessas alternativas, apenas a fossa séptica é considerada como adequada pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab).

Já prestadores de serviços são ainda mais diversos, 2721 são de administrações diretas, 465 são autarquias, 29 são formadas por Sociedades de Economia Mista, 6 são empresas públicas, 120 empresas privadas e 6 organizações sociais.